Servir os irmãos no CEBIPAM foi uma das experiências missionárias mais relevantes que já tive. Compartilhar a Palavra com os líderes da igreja de Jesus Cristo onde não há um seminário organizado, ou qualquer escola teológica traz um caráter apostólico para o trabalho.
Fui impactado pela humildade dos irmãos, e desafiado pela distância cultural entre nós. Percebi uma clara necessidade de construção de cosmovisão cristã e pude sentir tanto o zelo deles pela sã doutrina, assim como os embates contra heresias em seu meio. A igreja indígena não tem lutas tão diferentes da igreja urbana como imaginamos. Quando percebemos o falso ensino, a imoralidade, a falta de recursos, a frieza espiritual ameaçando os corações dos irmãos, parece que ainda estamos na cidade. Isso nos faz perceber que somos a mesma igreja. O nome de alguns inimigos muda, mas é a mesma luta pela fé evangélica.
Pude ouvir choros de irmãos que confessaram seus pecados como nunca antes haviam feito, aconselhar maridos que são ausentes em seu casamento, orientar esposas querendo se divorciar, orar com jovens que aos prantos queriam deixar a imoralidade e se reconciliar com Cristo, enquanto estavam resistentes à igreja. Pude conhecer um irmão com 60 anos de ministério que já foi apedrejado até sangrar enquanto pregava o Evangelho. Estar com os irmãos em Benjamin Constant dá um senso de proximidade da igreja primitiva. Sou grato ao Senhor por poder colocar um tijolinho na igreja que Ele está edificando no Amazonas. Meu coração está cheio e com desejo de vê-los novamente. Que nós, como irmãos abastados de conhecimento, recursos e fé, possamos edificar a igreja de Jesus através dessa oportunidade única.
Rev. Arthur Martins
Curitiba